quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Mateus 12:5 Transgressão do sábado?

Qual é o contexto da questão? Os discípulos estavam passando por uma plantação de trigo no sábado e começaram a colher e comer as espigas. Logo os fariseus acusaram a Jesus por permitir aquela “transgressão”. Colher espigas constava na lista elaborada pelos Rabis como profanação sabática. O pecado era evidente.
Porque será que os discípulos (não Jesus), ao passar, apanharam espigas, debulhando-as com as mãos (Lucas 6.1)? Estavam famintos, diz Mateus no seu Evangelho (Mat.12.1). Em Levitico 19.9 e 23.22 era assegurado ao pobre e ao estrangeiro o direito de apanhar espigas nos cantos do campo. Não era o simples fato de apanhar, mas sim o apanhar em dia de sábado, que os fariseus aqui apontam como pecado. Tudo é uma questão de interpretação; ninguém sabia isso melhor do que os próprios fariseus. Assim como alguns advogados em dia de hoje, eles sabiam como ultrapassar as proibições sem pecar: Como era proibido viajar montado em um burro, mas não sobre a água, costumavam colocar uma bolsa de água em cima da sela do animal e sentado nela, “viajavam sobre água”. Fizeram compras e vendas, sim, mas não mencionavam dinheiro ou palavras como venda e assim adiante. A lei de Deus, há muito, tinha perdido seu sentido real: santificar o dia para o SENHOR.
Lemos em Juizes 18.31, como Daví, faminto, entrou na “casa de Deus”, santuário em Nobe, onde encontrava-se a arca e a mesa com os “pães da proposição”, pães designados somente para a alimentação dos sacerdotes. Na resposta que Jesus dirige aos fariseus, Ele declara a autoridade que Ele, como o “Filho do homem”, tem. De um lado, Ele os confronta com a sua insensibilidade para restrições ceremoniais em caso de necessidade, fazendo-nos entender que Ele, assim como Daví na época, naquela hora estava com fome. O outro, mais importante, porém, aquilo que os fariseus não podiam aceitar, era que Ele alegou ter autoridade para permitir a colheita de espigas, quando se comparou a Daví, que comeu aquilo que era reservado aos sacerdotes somente. O “Filho do homem” tem auoridade, sim, de deixar de lado regulamentos sabáticos, feitos pelo homem.
O homem foi criado antes da instituição do sábado. Este foi instituído
para ser uma benção para o homem, para manté-lo saudável, útil, alegre e santo, dando-lhe melhores condições de meditar calmamente nas obras do seu Criador.
Através de inúmeros detalhes, requerimentos absurdos e restrições vexatórias e massacrantes, incluindo a que proibia os homens de saciar a sua fome, colhendo espigas nesse dia, os rabinos estavam transformando o sábado num tirano e o homem em um escravo do sábado, como se a intenção Divina tivesse sido a de fazer o “homem para o sábado” e não o “sábado para o homem”.
Permita-me fazer uma pergunta. Você, na sua religiosidade, é movido por leis eclesiasticas que regem seu comportamento como fiel ou você entendeu que as leis, realmente vindas de Deus, nos foram dados para nos proteger e facilitar a adoração? A tradição religiosa nem sempre condiz com a santa vontade Divina, revelada na Palavra de Deus.

Fonte: www.umbet.org.br

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