terça-feira, 28 de setembro de 2010

O Silêncio Após a Oração


Você já leu ou ouviu alguém dizer que devemos ficar em silêncio, após a oração, para
ouvir a resposta de Deus?
Qual é a origem desta prática? Ela é bíblica? Ela é benéfica para nossa espiritualidade?
Como Deus se comunica conosco? Como nos comunicamos com Deus?




Comunicando com Deus
Nós nos comunicamos com Deus por meio da oração. Davi foi um homem de oração. Nos momentos de angustia e dificuldade ele se voltava para o autor da vida em oração para se fortalecer. Ele escreveu: "Estou aflito e mui quebrantado; dou gemidos por efeito do desassossego do meu coração. Na tua presença, Senhor, estão os meus desejos todos, e a minha ansiedade não te é oculta". (Salmos 38: 8-9). Davi não só orava, mas tinha o prazer em meditar na criação de Deus e na Sua Palavra. Ele diz: "No meu leito, quando de ti me recordo e em ti medito, durante a vigília da noite. Porque tu me tens sido auxílio; à sombra das tuas asas, eu canto jubiloso. A minha alma apega-se a ti; a tua destra me ampara". (Salmo 63: 6-8).
A oração é o abrir do coração a Deus como a um amigo. Não que seja necessário, a fim de tornar conhecido a Deus o que somos; mas sim para nos habilitar a recebê-Lo. A oração não faz Deus baixar a nós, mas eleva-nos a Ele. (Caminho a Cristo, p.93)
Antes do pecado Deus se comunicava com o homem face a face, mas a entrada do pecado neste mundo quebrou esta comunicação. Após o pecado Deus passou a se comunicar com a humanidade por meio da revelação natural e especial.
Revelação natural
Os atributos de Deus podem ser percebidos por meio de Sua criação. Deus se revela por meio das maravilhas criadas em todo universo. O salmista louva a Deus com as seguintes palavras: "Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol, ..." (Sal. 19:1-4)    
 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno  poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; (Rom. 1:18-20)   
Os céticos recusam-se a crer em Deus, porque não podem compreender o infinito poder pelo qual Ele Se revela. Mas Deus deve ser reconhecido, tanto pelo que não revela de Si mesmo como por aquilo que é franqueado à nossa limitada compreensão. Tanto na divina revelação como na natureza, Ele deixou mistérios a fim de reclamar a nossa fé. Assim deve ser. Devemos estar sempre indagando, sempre pesquisando, sempre aprendendo, e resta, todavia um infinito para o além. (Ciência do Bom Viver, p.431)
Revelação especial
Deus se comunica de forma direta e sobrenatural por meio dos anjos, sonhos, visões, pela inspiração de pessoas escolhidas. A maior revelação de Deus foi Jesus Cristo que veio a este mundo revelar o amor do Pai. O Espírito Santo comunicou progressivamente as verdades à igreja no decorrer dos séculos.  O autor da epístola aos hebreus diz: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1:1-2).
O apóstolo Paulo também fala aos gálatas: “Faço-vos, porém, saber, irmãos, que o evangelho por mim anunciado não é segundo o homem; porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1:11-12).
Não encontramos na revelação de Deus apoio para afirmar que o cristão deve ficar em silêncio após a oração para ouvir a resposta do Espírito Santo. As duas palavras “meditar” e “meditação” que são encontradas no Antigo Testamento são traduzidas das duas palavras hebraicas  que são encontradas em passagens como Gênesis 24:63, Josué 1:8, Salmos 1:2 e outras. A palavra hebraica "hagah", dado o contexto desses versículos, significa: ponderar, imaginar, falar, refletir, estudar, dizer, expressar, articular, etc. Outro significado é dado à palavra hebraica "aiyach" quando usada no sentido de ponderar, conversar consigo mesmo em voz alta, expressar ou conversar, reclamar, declarar, pensar, orar, falar, etc.
Na comunicação entre o cristão e Deus se dá através da oração e meditação na Sua palavra. Quando o adorador ora ele se comunica com Deus; quando o adorador pondera, pensa, medita na Bíblia, Deus fala com ele. “Por intermédio das Escrituras o Espírito Santo fala a alma.” (ODTN, p.671).  
O meditar cristão não pode ter relacionamento com o meditar do hinduísmo. Ficar em silêncio após a oração para ouvir a resposta de Deus é pratica de um cristianismo falsificado por satanás. Veja a definição de meditação usada no cristianismo zen:
  • um estado que é vivenciado quando a mente
       se torna vazia e sem pensamentos;
  • prática de focar a mente em um único objeto (por exemplo: em uma
         estátua religiosa, na própria respiração, em um mantra);
  • uma abertura mental para o divino, invocando a orientação de um
         poder mais alto;
  • análise racional de ensinamentos religiosos (como a impermanência,
         para os Budistas) ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Medita%C3%A7%C3%A3o)
Qual é a origem da meditação zen usada no cristianismo?
A meditação zen vem da pronuncia japonesa do chinês “ch’na”, que, por sua vez, deriva do sânscrito “dhyana”, que significa meditação. Esta meditação é realizada em algumas posturas: semilótus, lotús integral e outras posições que consiste em uma melhor posição de relaxamento e concentração. É onde o indivíduo procura esvaziar a mente de todos os pensamentos para estar em harmonia com as forças superiores. (A "Nova Era" Diante da Fé Cristã, p. 220).
A oração de mente vazia é comum entre os cristãos que se dedicam a alguma prática de meditação. Um escritor que pratica a meditação de mente vazia, em uma reunião com alguns cristãos, sugeriu que passassem algumas horas em meditação silenciosa; vários cristãos afirmaram que essa era a forma que meditavam. Esse mesmo autor afirma que ao participar de um retiro de meditação zen em um pequeno templo situado na costa do mar do Japão,
ouviu um roshi (mestre zen) fazer uma declaração sobre a filosofia budista, de que o zen se encontrava em todas as religiões verdadeiras: induismo, islamismo, cristianismo e outras. Mais tarde, quando se preparava para sua meditação, o roshi lhe perguntou como fazia a mesma. Respondeu que se sentava silenciosamente na presença de Deus, sem pronunciar palavras, sem pensamentos, imagens ou idéias. O roshi lhe disse: “continue meditando assim, porque logo Deus ira desaparecer e só restará Johnston San.” (Cristianismo Zen uma Forma de Meditação, p. 8-11).
Em Tóquio existe um recanto de meditação zen-cristão. Onde há um lugar reservado para os cristãos fazerem suas meditações. Ali os jovens cristãos japoneses têm uma importante missão: se prepararem para introduzirem a meditação zen no interior de igrejas cristãs no oriente e no ocidente. Johnston afirma que esta é a maior urgência do cristianismo, remover as antigas formas de orações, para satisfazerem as inspirações da alma moderna. (ibid., p. 12)
Para ele, o cristão pode praticar a meditação silenciosa, ausente de imagens e diálogo. Nessa espécie de meditação o cristão pode alcançar a Deus, porque Ele é tudo. Também o cristão pode ter seu diálogo com Deus, ou simplesmente meditar e ouvir a voz de Cristo falar à alma. (ibid., p. 29–30)
Johnston diz que na meditação zen “a atenção é desviada de qualquer pensamento e imagens que passam pela superfície da mente, os quais são simplesmente ignorados em favor de uma atividade mais profunda.” Essa meditação é chamada de noite escura, devido à ausência, na mente, de idéias distintas e imagens. E que na prática da meditação deve-se deixar de lado os sentidos e os pensamentos, a mente não pode estar em atividades, tanto quanto possível, a fim de unir-se a Deus, que está acima de todas as coisas. “Sereis levados acima da divina escuridão, que supera tudo o que é.” (ibid., p. 36, 42)
Para o cristianismo zen, as palavras das Escrituras são palavras de Cristo, são suas imagens, e não O próprio Cristo. E que há possibilidade de conhecer a Cristo “mesmo em meio às trevas, ao vago, ao vazio que transcende o pensamento. "É só livrar-se das imagens de Cristo para ter uma união contemplativa com Ele. (ibid., p. 50 – 52)
As filosofias orientais estão ganhando espaço no cristianismo a cada dia. Um movimento que tem introduzido seus ensinamentos de maneira eficaz, principalmente a meditação zen, é o movimento da "Nova Era". As raízes da "Nova Era" se encontram no moderno gnosticismo, que busca retornar ao paganismo, marcado pela sua aparência pseudocristã que tem como ensinamento as doutrinas do hinduísmo, do budismo e do taoísmo. Na mistura de seitas da "Nova Era" não poderia faltar o esoterismo e o ocultismo, que buscam secretos poderes materiais. Eles alegam que seus ensinamentos estão fundados na ciência.  O principal objetivo dessa seita é introduzir seus ensinamentos em todas as áreas da sociedade. Eles chamam esse projeto de conspiração pacífica. Eles afirmam que estão preparando um povo para receber a Era de Aquário, era de paz e prosperidade para os seus seguidores. (A "Nova Era" Diante da Fé Cristã, p. 12; 44)
Will Baron foi um influente sacerdote do movimento da "Nova Era", e que no início de sua aprendizagem, quando estava praticando a meditação, ele teve contato com um suposto guia iluminado chamado Djwhal Khul, um guru tibetano de 350 anos de idade que finalmente adquirira a imortalidade após várias encarnações neste planeta. Esse guia lhe falava à mente através da meditação. Ele diz que alguns anos depois de ter se iniciado na "Nova Era", seu centro se tornou Cristão, devido ao aparecimento de um suposto guia da "Nova Era" com o nome de Jesus. Esse guia dizia ser Cristo e que a partir daquele dia estaria assumindo a direção do centro. (Enganado Pela "Nova Era", p. 208).
Ele diz que apesar de ter ficado confuso com aquele acontecimento aceitou depois de alguma relutância. Ele afirma que foi escolhido para ser sacerdote de Cristo e tinha a missão de pregar a seu respeito onde ele o mandasse. Ele pregou em praça pública, orla da praia e shopping. Depois de vários anos sendo enganado pela "Nova Era", ele foi libertado pelo verdadeiro Jesus.   
Will afirma que todo o movimento da "Nova Era" e seu cristianismo falsificado é um plano astuto de Satanás para tentar atrapalhar a missão do verdadeiro cristianismo.  Uma de suas missões como sacerdote do cristianismo falso era se introduzir em qualquer igreja cristã, e ali ensinar o método da meditação cristã, que consistia na meditação zen; depois da oração deveriam ficar em silêncio para ouvir a voz do “Espírito Santo” falar à mente. O objetivo final de sua missão era começar um grupo de meditação dentro da igreja. (ibid., p. 192-197)
Ele considera que o profundo envolvimento com as técnicas da meditação produz um resultado semelhante ao uso de cocaína. Ele observa que mesmo depois de ter saído da "Nova Era", por muitos meses, sofria as seqüelas provocadas pelo costume da meditação. (ibid., p. 216)
Afirma ainda que, certa vez, fazendo uma palestra para pessoas de um centro de comunicação cristã, que produz programas para rádio e televisão, depois de sua apresentação, ficou surpreso com um membro da equipe que afirmou ter participado de uma palestra onde o palestrante falava do beneficio da meditação, influenciando o auditório a sentar-se em silêncio, com os olhos fechados, para ouvir a voz do “Espírito Santo”. Will diz que conheceu outro seminarista que promovia a meditação dizendo que, "se uma pessoa ora a Deus por uma hora seria bom que no mínimo ela meditasse por uma hora para lhe ouvir a resposta". Ele afirma que muitos teólogos e pregadores ensinam que os cristãos devem se assentar em silenciosa meditação introspectiva, tentando ouvir a voz do ”Espírito Santo.” (ibid., p. 224-225)
Will faz uma observação quanto à meditação introspectiva, menciona que os cristãos costumam acreditar que a meditação é boa enquanto não se processa em um estado místico. “Como a maior parte da meditação da "Nova Era" não é mística, o argumento se torna inválido”. Ele afirma que o perigo está no fato de que a pessoa que pratica a meditação está com a mente disposta a receber uma entidade divina que lhe impõe pensamentos, idéias e impressões na mente. (id.)
Ele declara com base em sua experiência, que anjos satânicos têm o poder de implantar pensamentos na mente da pessoa que está em meditação; sem a necessidade de qualquer estado místico, a pessoa vivencia imagens ou mensagens que se materializam em sua consciência, as quais ela considera ser de origem divina. Ele diz que a meditação é uma oportunidade excelente para que Satanás exerça sua manipulação enganosa. Não existe um só ponto na Bíblia que apóia a meditação silenciosa, de mente vazia. Os lugares que usam o termo meditação na Bíblia estão relacionados ao ato de refletir na palavra de Deus e na sua criação. “Nenhum profeta se quer do antigo testamento comentou que se havia assentado em silêncio, esforçando-se para aquietar a própria mente a fim de ouvir a mensagem proveniente da voz ‘interior’ de Deus”. Em todos os casos de comunicação com os profetas, Deus tomou iniciativa e abordou diretamente seus porta-vozes. Will diz que meditar na Palavra de Deus e em suas maravilhas é o melhor método de meditação para o cristão. (ibid., p. 226-227)    
Meditação que condiz com o cristão
O Cristão não deve meditar de mente vazia, ou esvaziar a mente para ouvir a voz de Deus, o cristão deve encher a mente com os ensinamentos de Cristo e neles meditar, “far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a refletir sobre a vida de Jesus. Devemos Tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de cada cena, especialmente as finais”. Ao meditar assim em seu grande sacrifício por nós, nossa confiança nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de seu Espírito". (O Desejado de Todas as Nações, p. 83),
Pr Vicente José Pessoa