quinta-feira, 9 de julho de 2009

O arrependido pode viver uma vida isenta de pecados?

“Muitos adotaram a posição de que não podem pecar por terem sido santificados, mas isto é um enganoso embuste do maligno. Há constante perigo de cair em pecado, pois Cristo admoestou-nos a vigiar e orar, para que não entremos em tentação. Se estamos cientes da debilidade do próprio eu, não seremos presunçosos nem indiferentes ao perigo, mas sentiremos a necessidade de buscar a Fonte de nossa força, Jesus justiça nossa. Viremos em arrependimento e contrição, com premente senso de nossa debilidade finita, aprendendo que precisamos recorrer diariamente aos méritos do sangue de Cristo, para que nos tornemos vasos em condições de serem usados pelo Mestre. Confiando assim em Deus, não seremos achados batalhando contra a verdade, mas estaremos sempre habilitados a defender o que é correto. Devemos apegar-nos aos ensinos da Bíblia e não seguir os costumes e as tradições do mundo, os dizeres e os atos de homens. Signs of the Times, 19 de maio de 1890.
“A santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas dá vida toda. Não se alcança com um feliz vôo dos sentimentos, mas é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo. Não se podem corrigir os erros nem apresentar reforma de caráter por meio de esforços débeis e intermitentes. Só podemos vencer mediante longos e perseverantes esforços, severa disciplina e rigoroso conflito. Não sabemos quão terrível será nossa luta no dia seguinte. Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: "Alcancei tudo completamente." A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda.” (Manuscrito 63, p. 561)
“A pena da inspiração, fiel a sua tarefa, conta-nos os pecados em que caíram Noé, Ló, Moisés, Abraão, Davi e Salomão, e que mesmo o forte espírito de Elias sucumbiu ante a tentação durante sua terrível prova. A desobediência de Jonas e a idolatria de Israel são fielmente relatadas. A negação de Cristo por parte de Pedro, a viva contenda entre Paulo e Barnabé, as falhas e fraquezas dos profetas e dos apóstolos, todas são expostas. ... Ali se acha diante de nós a vida dos crentes, com todas as suas faltas e loucuras, o que visa uma lição a todas as gerações que os seguissem. Houvessem eles sido isentos de fraquezas [tendência para pecar], teriam sido mais que humanos, e nossa natureza pecaminosa desesperaria de atingir nunca a tal grau de excelência. Vendo, porém, onde eles lutaram e caíram, onde se animaram outra vez e venceram mediante a graça de Deus, somos animados e induzidos a avançar e passar por cima dos obstáculos que a natureza degenerada nos coloca no caminho”. ( Vidas que Falam MM 1971, p.368)
É muito fácil alegar santidade e apontar defeitos nos outros. Os que afirmam que podemos viver uma vida isenta de pecados esquecem que até mesmo os profetas tiveram dificuldades com a natureza moral degradada pelo pecado.
“Nenhum dos apóstolos e profetas declarou jamais estar sem pecado. Homens que viveram o mais próximo de Deus, que sacrificariam a vida de preferência a cometer conscientemente um ato mau, homens a quem Deus honrou com divina luz e poder, confessaram a pecaminosidade de sua natureza. Eles não puseram a sua confiança na carne, nem alegaram possuir justiça própria, mas confiaram inteiramente na justiça de Cristo.” (AP 561-564.)
Sinceramente não consigo entender essas pessoas, por que elas acusam tanto a igreja e a liderança de mundanismo e pecado; como são capazes de se levantar dentro da igreja e acusar falsamente os pastores. Quanto a mim, quanto mais me aproximo de Jesus, mais vejo o quanto sou uma pessoa miserável. Quando não conhecia a Cristo não sentia que era um vil pecador, mas agora vejo quem realmente sou. Se não fosse pela misericórdia de Deus o que seria de mim. Muitas vezes me sinto como Paulo que dizia: “miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
“Assim será com todos que contemplam a Cristo. Quanto mais nos aproximarmos de Jesus, e quanto mais claramente distinguirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claro veremos a excessiva malignidade do pecado, e tanto menos nutriremos o desejo de nos exaltar a nós mesmos. Haverá um contínuo anelo da alma em direção a Deus, uma contínua, sincera, contrita confissão de pecado e humilhação do coração perante Ele. A cada passo para a frente em nossa experiência cristã, nosso arrependimento se aprofundará. Saberemos que nossa suficiência está em Cristo unicamente, e faremos nossa própria a confissão do apóstolo: "Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum." Rom. 7:18. "Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo." Gál. 6:14. (id.)
Devemos meditar nestes conselhos que nosso Deus nos deixou:
“Que os anjos relatores escrevam a história das santas lutas e pelejas do povo de Deus; que anotem as orações e lágrimas; mas não permitamos que Deus seja desonrado pela declaração de lábios humanos: "Estou sem pecado; sou santo." Lábios santificados nunca pronunciarão palavras de tanta presunção. (id)
“O apóstolo Paulo havia sido arrebatado até o terceiro Céu, e tinha visto e ouvido coisas que não poderiam ser proferidas; contudo, sua humilde afirmação é: "Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo." Filip. 3:12. Que os anjos do Céu escrevam as vitórias de Paulo ao combater o bom combate da fé. Que o Céu se rejubile em sua marcha firme rumo do Céu e que, ao manter ele em vista o prêmio, considere tudo o mais como escória. Os anjos se regozijam ao contar seus triunfos, mas Paulo mesmo não se vangloria de suas conquistas. A atitude de Paulo é a atitude que cada seguidor de Cristo deveria tomar ao prosseguir na luta pela coroa imortal.
Que os que se sentem inclinados a fazer alta profissão de santidade se contemplem no espelho da lei de Deus. Ao verem o vasto alcance de seus reclamos, e compreenderem que ela opera como perscrutadora dos pensamentos e intenções do coração, não se presumirão de estar sem pecado. "Se dissermos que não temos pecado", diz João não se excluindo de seus irmãos, "enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós." "Se dissermos que não pecamos, fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós." "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça." I João 1:8, 10 e 9.
Enquanto vivermos, neste mundo, estaremos sujeitos ao pecado. Isto não quer dizer que desculpamos o pecado. Quando estamos ligados a Cristo nossa vida é transformada, como já vimos, não é obra de um dia, mas sim de uma vida inteira.
- Deus requer obediência, Jesus veio ao mundo para resolver o problema da natureza do pecado que motiva o pecador a pecar.

Os dissidentes têm dito que a igreja adventista rejeitou a doutrina da justificação pela fé proclamada por Waggoner e Jones em 1888. Mas esta não é a verdade. A igreja passou por um período de adaptação em suas doutrinas e a justificação pela fé foi proclamada e é proclamada com muita dedicação. O que a igreja rejeita é o fanatismo que foi desenvolvido sobre o tema. A própria senhora Ellen White advertiu:
Alguns não farão o uso devido da doutrina da justificação pela fé. Apresentá-la-ão de maneira unilateral. Outros lançarão mão de idéias que não foram devidamente apresentadas, e passam completamente sobre o limite, passando de todo por alto as obras.
Ora, a fé genuína sempre opera por amor. Quando olhais ao Calvário não é para aquietar vossa alma na falta de cumprimento do dever, nem para vos acalmar para dormir, mas para criar fé em Jesus, fé que opere, purificando a alma do lodo do egoísmo. Quando lançamos mão de Cristo pela fé, nossa obra apenas começou. Todo homem tem hábitos corruptos e pecaminosos que precisam ser vencidos por combate vigoroso. Requer-se de toda alma que combata o combate da fé. Se alguém é seguidor de Cristo, não pode ser astuto no negócio, não pode ser duro de coração, falto de compaixão. Não pode ser vulgar na linguagem. Não pode ser cheio de arrogância e presunção. Não pode ser despótico, nem usar palavras ásperas, e censurar e condenar.
O trabalho de amor brota da operação da fé. A religião bíblica significa constante trabalho. "Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos Céus." Mat. 5:16. Operai vossa salvação com temor e tremor, pois é Deus que opera em vós tanto o querer como o efetuar segundo a Sua boa vontade. Devemos ser zelosos de boas obras, cuidadosos de manter boas obras. E a Testemunha fiel diz: "Eu sei as tuas obras." Apoc. 2:2.
Se bem que seja verdade que nossas atarefadas atividades não nos asseguram, em si mesmas, a salvação, também é verdade que a fé que nos liga a Cristo estimulará a alma à atividade. Os que não têm tempo para dar atenção a sua própria alma, a se examinarem diariamente, se estão no amor de Deus, e colocarem-se no conduto da luz, terão tempo para dar às sugestões de Satanás e à execução de seus planos.
Satanás insinuar-se-á mediante pequenas cunhas, que se ampliam à medida que abrem caminho. As perigosas armadilhas dele serão introduzidas na obra especial de Deus nestes dias. (Manuscrito 16, 1890.)

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