quinta-feira, 9 de julho de 2009

O Pecado

Muitas vezes ouvimos falar de pecado, mas nem sempre se sabe o que realmente é o pecado. Segundo a Bíblia, pecado é transgressão da Lei de Deus, I São João 3:4.
O livro do Genesis capitulo 3 narra a história da entrada do pecado neste mundo; Lúcifer, o primeiro anjo de Deus, havia se rebelado no céu, (Eze 28) tendo em si a origem do pecado motiva os primeiros habitantes deste mundo a transgredir a ordem de Deus. Assim o pecado, natureza propensa ao pecado, passou de geração a geração. (Rom 5:12)
Pecado (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão de Deus. Em latim, o termo é vertido por peccátu. Em gr. Hamartia também denota um princípio ou fonte de ação, ou um elemento interior que produz atos. (Dicionário vine, p 853).
Para alguns professos estudantes da Bíblia, pecado não passa do ato da quebra dos mandamentos. Eles afirmam que o homem não possui uma natureza pecaminosa que o motiva a pecar, mas que se tornam pecadores quando quebram a Lei de Deus. Pecado não é apenas pessoal, mais moral.
"Visito a maldade dos pais nos filhos, até a terceira e a quarta geração daqueles que Me aborrecem." É inevitável que os filhos sofram as conseqüências das más ações dos pais, mas não são castigados pela culpa deles, a não ser que participem de seus pecados. Dá-se, entretanto, em geral o caso de os filhos andarem nas pegadas de seus pais. Por herança e exemplo os filhos se tornam participantes do pecado do pai. Más tendências, apetites pervertidos e moral vil, assim como enfermidades físicas e degeneração, são transmitidos como um legado de pai a filho, até a terceira e quarta geração. Esta terrível verdade deveria ter uma força solene para restringir os homens de seguirem uma conduta de pecado. (PP, p. 306).
O que é transmitido, portanto é a inclinação, esta inclinação permanece como tendência primária até que Cristo coloque uma nova semente, conversão.(Gn 1:27) O homem foi criados à imagem de Deus, contudo eles geraram filhos à sua imagem (Gn 5:23), os filhos já não eram diretamente a imagem e semelhança de Deus, mas a de Adão.
A queda afetou a orientação espiritual de cada um, embora não recebamos a culpa de Adão, temos a tendência de seguir pela mesma direção que ele seguiu, herdamos de Adão uma orientação para o pecado, já nascemos nesta direção. O coração humano por natureza é frio e escuro. Algumas pessoas até podem reivindicar que não foram afetadas pelo vírus do pecado, esta foi a idéia central do iluminismo.
Tal noção contradiz tanto a revelação quanto a observação. Tornamos-nos como um navio cujo leme está amarrado na direção errada. O pecado é um tipo de amor que está centralizado no objeto errado. Assim o plano da redenção pressupõe a universalidade do pecado, aqui todos temos a mesma afinidade, nossa solidariedade (afinidade) está com Adão. É a idéia da evolução que o homem está melhorando, mas a lei da entropia [é uma grandeza termodinâmica geralmente associada ao grau de desordem] evidencia que tudo está piorando inclusive o ser humano. Espiritualmente a verdade é a mesma, deixados por nós mesmos cada dia tornamo-nos piores, estamos nos desorganizando.
A escritora Ellen G. White comenta sobre a entrada do pecado e como o homem passou a ter uma natureza depravada que responde a tentação do maligno.
“Os anjos os advertiram a que estivessem de sobreaviso contra os ardis de Satanás; pois seus esforços para os enredar seriam incansáveis. Enquanto fossem obedientes a Deus, o maligno não lhes poderia fazer mal; pois sendo necessário, todos os anjos do Céu seriam enviados em seu auxílio. Se com firmeza repelissem suas primeiras insinuações, estariam tão livres de perigo como os mensageiros celestiais. Se, porém, cedessem uma vez à tentação, sua natureza se tornaria tão depravada que não teriam em si poder nem disposição para resistir a Satanás.” (PP, p. 53)
“(Adão) Fora dotado de uma natureza santa, inocente, pura, incontaminada; mas caiu porque deu ouvidos à sugestão do inimigo; e sua posteridade se tornou depravada. ...” (Cristo Triunfante, p. 245)
”Ao passo que Adão foi criado sem pecado, à semelhança de Deus, Sete, como Caim, herdou a natureza decaída de seus pais.”(PP. P 80)
Quando alguém nasce traz em seu ser uma natureza que é contrária a vontade de Deus. Não precisamos ensinar uma criança a fazer coisas erradas, ao contrário, precisamos corrigir sua propensão para fazer o que é errado. Na realidade esta luta será constante durante toda a vida. Existem aqueles que ignoram o poder do pecado, até mesmo dizem que não são pecadores. Outros dizem que pecado é matar, roubar, coisas do gênero. Pecado não é só transgressão dos dez mandamentos, porque a lei de Deus é amplíssima, vai alem do cometer erros. Pecado também é não praticar o bem; a Bíblia diz: “Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado”. (Tia 4:17)
O pecado pode ser acariciado na mente de forma virtual, mas a pessoa não chega a consumar o ato. Isto não quer dizer que não houve pecado, porque na realidade o ato em si é o fruto do pecado, não o pecado em si. Jesus ilustrou este tipo de pecado quando disse: “Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” (Mat 5;28) Muitas vezes a pessoa não coloca em prática o seu pecado devido as conseqüências que ele pode trazer para sua vida. Não o faz porque teme a Deus e quer fazer sua vontade, se tivesse a oportunidade de praticá-lo sem as conseqüências o faria sem pensar duas vezes.
Apesar de que muitos acham que podem praticar tal ato sem serem descobertos, mas as conseqüências sempre aparecem trazendo desgosto e tristeza para muitas famílias.

Pecado doença contagiosa

“É da natureza do pecado espalhar-se e aumentar. Desde o pecado original de Adão, de geração a geração, ele se tem espalhado como uma doença contagiosa. Quando o mundo ainda estava em sua infância, o pecado se tornou temível em suas proporções. O ódio à lei de Deus, e seus seguros resultados, o ódio a todo o bem, tornou-se universal”. (MM Refletindo a Cristo, 1986, p. 313)

“Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa”. (Caminho a Cristo, p.62)

Aqui fica claro que o homem não pode obedecer PERFEITAMENTE à lei de Deus devido a mácula do pecado que motiva o homem desobedecer. Se o problema do homem fosse somente uma tentação externa para desobedecer a Deus, como foi para Adão antes de se contaminar com o pecado, não seria impossível ao homem ter uma vida com ausência completa do pecado. Jesus veio a este mundo para quebrar a maldição do pecado para dar oportunidade ao pecador alcançar vitória em Cristo. Ellen G. White diz:

“Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual pudéssemos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se vos entregardes a Ele e O aceitardes como vosso Salvador, sereis então, por pecaminosa que tenha sido vossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o vosso caráter, e sereis aceitos diante de Deus exatamente como se não houvésseis pecado.” (Caminho a Cristo, p.62)

“Deus ia ser manifesto em Cristo, "reconciliando consigo o mundo". II Cor. 5:19. O homem se tornara tão degradado pelo pecado que lhe era impossível, por si mesmo, andar em harmonia com Aquele cuja natureza é pureza e bondade. Mas Cristo, depois de ter remido o homem da condenação da lei, poderia comunicar força divina para se unir com o esforço humano. Assim, pelo arrependimento para com Deus e fé em Cristo, os caídos filhos de Adão poderiam mais uma vez tornar-se "filhos de Deus". I João 3:2. Patriarcas e Profetas, págs. 63 e 64.

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